Os seres humanos tem muito a aprender com os animais e os homens mais ainda quando o assunto é paternidade.
Só no Brasil há 5,5 milhões de crianças brasileiras sem o nome do pai na certidão de nascimento, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com base no Censo Escolar de 2011.
“Ainda vivemos em uma sociedade patriarcal, sexista, na qual o homem não se sente comprometido a assumir os filhos tidos fora do casamento ou em uniões não-estáveis”, conclui a professora Ana Liése Thurler, do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB).
Em lado totalmente oposto, temos o caso do Pinguim Imperador, que é um exemplo da natureza de como o “macho” deveria exercer a sua paternidade.
O pinguim-imperador é a maior ave da família Spheniscidae (pinguins). Os adultos podem medir até 1,22 metros de altura e pesar até 37 kg. Os machos desta espécie são um dos poucos animais que passam o inverno na Antártida, e o motivo para isso é um só, eles ficam para chocar os ovos e cuidar dos filhotes até o regresso nas fêmeas.
Os papais pinguins imperadores suportam temperaturas até -50º abaixo de zero e abrem mão da comida para incubar seus ovos. Depois que a fêmea põe um único ovo, ela fica totalmente exaurida e necessita de comida, então passa o ovo de forma cuidadosa e minuciosa para o seu parceiro que o mantém sob seus pés e o cobre com uma aba de pele durante 64 dias consecutivos até a cria irromper do ovo. Eles nunca abandonam o ovo
Quando o ovo eclode, o filhote é mantido quentinho debaixo da aba de pele. “É possível pensar nesta bolsa quase como um útero masculino, exceto pelo fato de serem aves”, diz Pagel, da Universidade de Reading à National Geographic. “Eles são muito parecidos com os cavalos-marinhos neste aspecto: [Eles] assumiram uma função que associamos, com ou sem razão, às fêmeas”.
Durante quatro meses, os machos se juntam em colônias bem próximos uns dos outros para manter o calor de seus corpos. Ficam assim, sem se mexer muito e trocando de lugar dentro da colônia, da forma que os machos que estão tomando vento frio nas laterais da colônia, troquem de lugar com os que estão no centro mais quente.
Se o filhote sair do ovo antes da mãe pinguim chegar, o pai o alimenta com uma substância produzida por uma glândula no seu esôfago. O filhote é cuidado durante o que se chama fase de guarda, passando o tempo resguardado em cima das patas dos pais e dentro da bolsa ventral.
Enquanto isso as fêmeas se abastecem de alimentos nos oceanos. Elas eventualmente retornam para ajudar a alimentar os filhotes recém chocados. “Podemos ver a nós mesmos em outros animais”, disse Pagel.
O documentário “A Marcha dos Pinguins”, mostra essa aventura que é gerar uma nova vida para o pinguim imperador.
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