Mamoplastia x Amamentação, uma decisão que pode gerar muitas dúvidas entre as mulheres pela falta de informação acessível .
A amamentação é um momento especial entre mãe e filho, crucial para o crescimento e desenvolvimento saudável da criança.
No entanto, para as mulheres que passaram por uma mamoplastia, essa experiência pode ser afetada por vários desafios e preocupações relacionados à cirurgia nos seios.
A mamoplastia é um procedimento cirúrgico realizado para modificar ou reconstruir a mama.
Pode incluir diversas técnicas, como:
A escolha do tipo de mamoplastia depende das necessidades e objetivos da paciente, bem como das recomendações médicas.
Esses procedimentos são frequentemente realizados por motivos estéticos, mas também podem ser indicados em casos de reconstrução após mastectomia ou para corrigir problemas congênitos.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, a FEBRASGO, alerta que as cirurgias mamárias têm sido elencadas como uma das causas associadas à interrupção precoce da amamentação pois podem alterar a integridade e funcionamento da mama, dependendo da técnica cirúrgica utilizada.
Suas repercussões estão relacionadas à problemas na produção e ejeção láctea, estase láctea, ingurgitamento obstrutivo, mastite, abcesso mamário, além da insegurança materna para amamentar.
Com os avanços nas tecnologias e métodos cirúrgicos, os procedimentos estéticos estão em ascensão tanto no Brasil quanto globalmente. Uma pesquisa recente divulgada em 2018 pela International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) apontou um crescimento de 5,4%.
Segundo a FEBRASGO, o Brasil é o segundo país na realização de procedimentos estéticos, representando cerca de 2.267.405 entre procedimentos cirúrgicos e não cirúrgicos .
Dentre os procedimentos cirúrgicos, a mamoplastia de aumento, ocupa o primeiro lugar, representando 18,8% dos procedimentos, algo em torno de 1.841.098 procedimentos , já a mamoplastia redutora ocupa o quinto lugar, representando 9,9% das cirurgias.
Estudo qualitativo publicado em 2018 com mulheres que realizaram mamoplastia antes da maternidade concluiu que a maioria delas não conseguiu amamentar exclusivamente e teve uma experiência de amamentação complementar, realizando translactação e/ou a técnica sonda-dedo em quase todas as mamadas.
No caso da mamoplastia de aumento, estudos recentes dos últimos cinco anos indicam que as mulheres submetidas a essa cirurgia apresentaram uma probabilidade significativamente menor de amamentar, e a taxa de amamentação exclusiva foi inferior em comparação com mulheres que não passaram pela intervenção cirúrgica.
Os esforços para iniciar e manter a amamentação exclusiva foram exaustivos e persistentes, predominando o aleitamento complementado através de formulas. Com isso questionamentos surgiram em relação à sua capacidade para exercer o papel materno na amamentação, levando a um stress emocional muito grande.
Apesar da frequência elevada de mamoplastias, há uma escassez de informações na literatura sobre como eles afetam a amamentação.
Poucas mulheres foram informadas sobre os efeitos da mamoplastia, os riscos e as consequências sobre a amamentação quando da obtenção do consentimento informado para a realização desse tipo cirurgia.
Diante deste fato, a FEBRASGO ainda informa que as mulheres optam pela mamoplastia ainda muito jovens, neste sentido elas precisam receber pelo menos orientações básicas sobre os possíveis efeitos, riscos e possíveis consequências para a amamentação.
Desta forma, com mais conhecimento sobre o assunto “mamoplastia x amamentação” elas podem tomar uma melhor decisão em relação ao caminho a seguir diante de uma gestação ou de uma cirurgia.
O processo de consentimento informado para mamoplastias deveria abranger informações embasadas em evidências científicas sobre os potenciais riscos associados à amamentação, dando assim maior poder de decisão para as futuras mães.
As campanhas de divulgação de mamoplastia de aumento também deveriam incluir advertências sobre como esse procedimento pode afetar negativamente a capacidade de amamentar.
Além disso, é fundamental que futuras pesquisas sejam conduzidas com maior detalhamento para possibilitar análises mais sólidas e confiáveis sobre esse tema.
Fonte: FABRESGO
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