Pai que fica em casa cuidando do filho é menos homem?
Ao que tudo indica, mais de 50 milhões de brasileiros acham que sim.
Pelo menos é o que mostra a pesquisa “Atitudes globais em relação à igualdade de gênero”, feita pelo Ipsos e o King’s College de Londres.
Ouvindo cerca de 18 mil pessoas em 27 países, mil delas no Brasil, os institutos foram às ruas para ver a percepção mundial na divisão de tarefas e responsabilidade do lar entre homens e mulheres.
Por aqui, 26% dos entrevistados responderam positivamente à pergunta “Um homem que fica em casa para cuidar dos filhos é menos homem?”.
Entre os 27 países onde foi feita a pesquisa, apenas Índia (39%) e Coreia do Norte (76%) tiveram taxa de resposta “SIM” maiores que o Brasil.
Pelo visto, ser Pai e ficar cuidando dos filhos em casa ainda é algo que o brasileiro vê como atitude que inferioriza o homem ou diminui sua masculinidade.
A pesquisa da Ipsos, que ouviu mil pessoas no Brasil, revelou que um quarto dos entrevistados (26%) acredita que “um homem que fica em casa para cuidar dos filhos é ‘menos homem'”.
Os dados apontam para a persistência de estereótipos de gênero que associam a masculinidade à provisão financeira, enquanto relegam os cuidados com a família ao papel feminino.
Essa percepção negativa é particularmente acentuada entre aqueles que ocupam cargos de decisão, liderança ou executivos seniors (30%), conforme os dados remontam.
Para promover uma mudança significativa, é essencial reconhecer e desafiar esses estereótipos prejudiciais. Rafael Lindemeyer, diretor de Clientes na Ipsos, destaca que não podemos mais ignorar essa questão e que a ideia de que o papel do homem está apenas ligado à sustentação financeira da família é ultrapassada.
A paternidade ativa é uma manifestação da igualdade de gênero e deve ser incentivada e respeitada.
No entanto, os brasileiros têm uma perspectiva distinta quando se trata de como os empregadores devem lidar com a conciliação entre paternidade e trabalho. Apenas 59% concordam com a ideia.
Em relação a todos os outros 26 países é o segundo menor índice, superado apenas pelo Japão, com 58%.
Na contramão, 31% dos entrevistados brasileiros acreditam que as empresas não devem adotar medidas para conciliar trabalho e paternidade, ou seja, para essa parte dos brasileiros está muito bom do jeito que está.
A pesquisa da Ipsos e do King’s College London nos lembra que ainda há muito trabalho a ser feito para alcançar a igualdade de gênero, especialmente no que diz respeito à paternidade.
É fundamental que a sociedade desafie os estereótipos prejudiciais que perpetuam a ideia de que os homens não podem ser cuidadores ativos de seus filhos.
A mudança começa com a educação e a conscientização, bem como com a promoção de políticas e práticas que incentivem a igualdade de gênero em todas as esferas da vida.
Já está na hora de reconhecer-nos que a paternidade ativa beneficia a todos e que homens e mulheres têm direitos e responsabilidades iguais no lar e na criação dos filhos.
O caminho para a igualdade é longo, mas é um esforço que vale a pena para construir uma sociedade mais justa e equitativa, onde pais e mães tem os mesmos direitos e deveres para com os seus filhos.
E eu, como Pai que fica em casa cuidando de filho (duas filhas ,uma de 4 anos e outra de 1 ano e meio) , posso afirmar categoricamente que para ficar em casa cuidando dos filhos o pai tem que ser muiiiiiiiiito macho, pois não é brincadeira não.
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