Os pesquisadores estudaram o efeito que as filhas podem trazer na mentalidade dos pais sobre algumas atitudes de gênero relacionadas ao modelo tradicional de família patriarcal, tais como que os homens devem sair para trabalhar, enquanto as mulheres devem ficar em casa cuidando das crianças.
Este estudo foi produzido pela London School of Economics and Political Science (LSE), no Reino Unido, e apontam que a paternidade de meninas protege os homens contra o sexismo com o passar do tempo.
Este fenômeno é chamado de “The Mighty Girl Effect” (o poderoso efeito feminino, em tradução livre).
Na análise dos dados ,constatou-se que enquanto pais de filhas que estavam na escola primária eram 8% menos propensos a acreditar que os rapazes deveriam ser os chefes da casa, no momento em que elas alcançaram a escola secundária, esse número foi para 11%.
Os cientistas através do resultados obtidos acreditam que os pais de meninas podem desenvolver uma melhor compreensão das desvantagens que as mulheres sofrem na sociedade, resultando em mudanças de suas próprias ações no decorrer do tempo.
“O estudo mostra que as atitudes, em vez de fixas ao longo do tempo, podem mudar mais tarde na vida”, disse Joan Costa-Font, do Departamento de Política de Saúde da LSE. “Esta é uma descoberta muito promissora que sugere que a exposição a outras circunstâncias pode ajudar a moldar o comportamento.”
A pesquisa em questão foi publicada pela Oxford Economic Papers, e analisou os efeitos de ter uma filha para homens e mulheres, com dados de nascimentos do Reino Unido entre 1991 e 2012. Os resultados mostraram que ambos, mãe e pai, são afetados de maneiras distintas.
Os resultados mostram que as mães foram menos impactadas que os pais, por exemplo. Os pesquisadores acreditam que isso é porque elas já foram expostas a situações de desvantagem ao longo da vida.
A avaliação final afirma que o comportamento do pai muda logo após o nascimento da bebê. Contudo, quando a garotinha atinge idade escolar, coincidindo com o período em que as crianças experimentam uma pressão social mais forte para se adequar às normas de gênero, os homens alteram ainda mais seus pensamentos e ações.
“As atitudes tradicionais em relação aos papéis de gênero podem ser uma barreira para alcançar a igualdade de gênero”, comentou Julia Philipp, do Departamento de Política Social da LSE. “Mudar ao longo do tempo é muito encorajador.”
Fonte: Revista Galileu
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