Segundo dados do Ministério da Saúde, os acidentes já são hoje a maior causa de morte de crianças no Brasil. Todos os anos, 3,6 mil crianças morrem e outras 111 mil são internadas por motivos acidentais no Brasil. Do total dessas mortes, quase 50% são por acidentes domésticos, os quais podem incluir situações como quedas, afogamento, intoxicação, queimaduras e sufocamento, segundo a ONG Criança Segura, que atua na prevenção de acidentes com crianças até 14 anos.
Na maioria dos casos à época de férias, quando as crianças ficam em casa é que esses acidentes costumam aumentar. E a quarentena imposta devido à pandemia do novo coronavírus possui efeito semelhante: especialistas têm feito alertas para os perigos de as crianças estarem confinadas em casa 24 horas por dia.
Os riscos são os mais variados possíveis, dos bebês, que estão descobrindo o mundo e querem tocar e mexer em tudo, às crianças maiores, cuja curiosidade e criatividade não têm limites e podem pô-las em risco, todos estão expostos ao perigo.
Um simples momento de distrição é o suficiente para que algo grave aconteça. Queimaduras com água fervente, cortes com faca, choque em tomada elétrica, batidas na cabeça, situações de sufocamento, intoxicação com objetos pequenos e remédios, afogamento em piscina, quedas dentro de casa, de árvores e mesmo de edifícios.
São muitos os riscos que a garotada corre dentro de casa e que exigem dos pais ou responsáveis cuidado e atenção permanentes. Segundo estudos, 90% dos acidentes domésticos poderiam ser evitados.
“Na infância e parte da adolescência, a maioria dos acidentes acontece no local de moradia da criança e no entorno, traumas esses que poderiam ser evitados na grande maioria das vezes com medidas simples de prevenção e proteção. No entanto, acontecem em números assustadores e podem deixar sequelas para toda a vida”, afirma a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em manual de orientação aos pais sobre acidentes com crianças que ocorrem no ambiente doméstico.
Segundo a SBP, cada espaço da casa e cada equipamento pode ter um risco a ser reconhecido e eliminado, como as tomadas de luz, que devem ser protegidas para evitar os choques e queimaduras, as janelas, que precisam ter telas para evitar as quedas, e a lavanderia e os acúmulos de águas, mesmo em baldes ou bacias, que podem resultar em afogamento das crianças pequenas.
É preciso ainda lembrar que a cozinha é onde ocorre a maioria das queimaduras de crianças. Os pais não devem subestimar nenhum dos ambientes domésticos. Do quarto à cozinha, cada espaço tem os seus riscos.
De acordo com pediatras, os locais mais perigosos da residência, em ordem decrescente, são: cozinha, banheiro, corredor, escada, quarto, sala, quintal .
A recomendação é para não sair de casa por causa da pandemia do novo coronavírus. Se possível, deve-se entrar em contato com o pediatra da criança para que observem por meio de foto ou videochamada, a gravidade do ocorrido.
Assim, poderá orientar quanto ao que fazer e ,se preciso, recorrer a algum atendimento médico. Já casos mais graves devem ser levados imediatamente a um pronto-socorro infantil.
Segundo dados de 2015 da ONG Criança Segura, com base em informações do Ministério da Saúde , dos 3,8 mil óbitos que acontecem por razões acidentais, 190 (5%) foram decorrentes de quedas – e dentre essas quedas, 30,4 (16%) foram em edifícios,
Veja abaixo os principais tipos de quedas que levam crianças à morte no país:
Números de mortes de crianças com até 14 anos por acidente doméstico:
Dados de 2017 da ONG Criança Segura
Estudos da Ong Safe Kids Worldwide mostram que pelo menos 90% das lesões devido a acidentes podem ser evitadas com medidas muito simples, como: conscientização da sociedade, educação para prevenção, adaptação de ambientes e leis que tragam mais segurança.
As crianças são mais frágeis fisicamente e não reconhecem os perigos. Por isso, é muito importante adequar os ambientes em que elas vivem (escola, casa, parquinhos, etc.) e educar seus cuidadores para reconhecerem estes perigos e terem uma supervisão ativa sobre as crianças.
A prevenção dos acidentes com crianças preserva a vida delas, e também sua estrutura familiar, contribuindo assim para o seu desenvolvimento saudável e feliz.
Fonte: Cangurunews
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