Explicar temas polêmicos e complexos para crianças pequenas, como sexismo, preconceitos e coisas do tipo, para crianças de 5 anos não é uma tarefa fácil. É necessário muito cuidado e clareza com as palavras.
Nesta matéria, exploraremos estratégias básicas e dicas para tornar essas conversas compreensíveis e apropriadas para crianças em tenra idade.
Afinal, proporcionar uma educação inclusiva e sensível é fundamental para moldar mentes curiosas e conscientes desde o início da infância.
Como explicar temas polêmicos e complexos para crianças pequenas ?
Explicar temas complexos e polêmicos para crianças pequenas requer sensibilidade e uma abordagem adequada à idade. Aqui estão algumas dicas para ajudar a tornar essas conversas mais compreensíveis e apropriadas:
- Mantenha a simplicidade: Use palavras e frases simples que a criança possa entender. Evite jargões ou vocabulário muito técnico.
- Seja honesto: Responda às perguntas da criança com sinceridade, mas de forma adequada à idade. Não invente histórias ou engane, pois isso pode criar confusão.
- Use exemplos concretos: Relate esses conceitos a situações cotidianas que a criança possa compreender. Por exemplo, você pode falar sobre como é importante tratar todas as pessoas com gentileza, independentemente de como são.
- Livros e histórias: Utilize livros infantis que abordem esses temas de maneira apropriada para a idade da criança. As histórias podem ajudar a ilustrar ideias e conceitos de maneira acessível.
- Pergunte o que eles sabem: Comece a conversa perguntando à criança o que ela já sabe sobre o tema. Isso permite que você entenda o que a criança já conhece e pode fornecer informações relevantes com base no nível de compreensão dela.
- Seja inclusivo: Enfatize a importância da igualdade e do respeito por todas as pessoas, independentemente de gênero, raça, religião ou aparência.
- Esteja preparado para repetir: Crianças pequenas podem precisar ouvir sobre esses assuntos várias vezes antes de realmente compreenderem. Esteja disposto a responder às mesmas perguntas e a repetir informações.
- Evite estereótipos: Discuta como os estereótipos não refletem a realidade e podem ser prejudiciais. Explique que todas as pessoas são diferentes e únicas.
- Encoraje perguntas: Deixe claro que a criança pode fazer perguntas sempre que tiver dúvidas. Isso ajuda a manter um canal aberto de comunicação.
- Seja um modelo: Demonstre comportamento inclusivo e respeitoso em sua própria vida. As crianças tendem a imitar o que veem em adultos.
Lembre-se de que essas conversas podem ser contínuas e evoluir à medida que a criança cresce e ganha mais compreensão. O objetivo é construir uma base sólida de valores e respeito desde cedo.
Temos um bom exemplo de um livro que aborda esta temática. O Pinguim Azul de Miguel, da escritora Rosana Martinell apresenta de forma natural e sem conflitos a quebra de estereótipos de gênero e outros aspectos da diversidade humana.
O Livro
O personagem Miguel é inspirado no filho da autora que, como ele, tem lindos cabelos longos e sofreu bullying na escola por ter cabelos compridos e ser chamado de “menina” constantemente.
Os pequenos leitores vão descobrir, com o relato do dia a dia do personagem, que as pessoas podem ser naturalmente bem diferentes do que por vezes somos induzidos a pensar.
Um livro inspirador para que as crianças tenham contato com todas as possibilidades sociais.
O livro, com ilustrações de Mariana Belém, destaca a coexistência pacífica da diversidade. Cada página desafia estereótipos, narrando a história de Miguel, um menino de 6 anos com cabelos longos que adora balé.
O livro aborda a quebra de normas de gênero e a diversidade familiar, incluindo um pai com deficiência física, uma mãe executiva e uma irmã modelo obesa.
Ao questionar estereótipos, a narrativa promove a ideia de que a diversidade deve ser aceita como parte natural da vida, evitando conflitos e preconceitos. Além disso, sugere a importância de discutir esses temas em sala de aula para promover a aceitação do diferente desde cedo.
Inspiração
A autora, Rosana Martinelli, inspirou-se na experiência de seu filho, Teodoro, que enfrentou o preconceito na escola por ter cabelos compridos. Sua determinação em manter o visual desafiou as normas e inspirou a mãe a escrever o livro.
Rosana Martinelli é médica, mas também possui formação em Artes Cênicas. Ela atuou em várias áreas das artes e, desde 2011, é editora e diretora de arte na Quatro Cantos. Além disso, é autora de “Seu pesadelo foi você quem inventou!”, um livro infantil que explora os mecanismos de sonhos na teoria freudiana.
O livro “O pinguim azul de Miguel” tem como objetivo promover a aceitação da diversidade desde a infância e está disponível por R$ 40,00. Destina-se a crianças a partir de 5 anos e pode ser encontrado no site da editora Quatro Cantos.
Confira algumas imagens do livro O Pinguim Azul de Miguel, da escritora Rosana Martinell :